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Âma(go)

  • Foto do escritor: Singular Junior
    Singular Junior
  • 18 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

Papel, caneta e uma caneca de café. Foi o que eu peguei para, às 00:00 h do dia 15/10/2021, conseguir escrever. “Escreve um texto para o blog”, repetiu minha editora. Está bem, estou aqui... lá vamos nós! Não. Não deu muito certo. Mas, já que estamos aqui, vamos conversar... isso mesmo, caro leitor, eu e você, vamos conversar. Chamarei este texto de uma conversa, embora eu que vou falar mais... ou sempre. Então, aconselho que pegue, também, sua caneca de café, chá, suco ou água e venha comigo.

O papel e a caneta era para tentar fazer um projeto de texto. Também não deu muito certo. Então, na falta de melhor alternativa, vai esta mesma: deixar o texto fluir. Porém, do que você vai falar, Rian? Espere... vou colocar os fones e uma trilha sonora no YouTube, talvez ajude... espere... só mais um minutinho e... PRONTO. OK. Bom, acho que é mais prudente falar sobre a razão de eu estar aqui: a escrita.

Um gole de café... Sim, posso escrever sobre uma caneca de café. Ou sobre um senhor que passa dias e noites na janela da sua casa, observando a neve cair lá fora, enquanto bebe sua caneca de café com gestos lentos. Posso escrever sobre a neve que cai lentamente, congelando folhas e corações. Posso escrever sobre esses corações... corações de dois amantes que, provavelmente, não vão terminar a história juntos. Posso escrever histórias de amantes que terminem juntos. Posso escrever histórias sem amantes... Posso escrever sobre tudo – ou nada.


Porque, eu acredito, a escrita é isso. É mediadora entre extremos, é montanha russa que oscila, é espiral entre assuntos. Eu gosto de escrever sobre coisas que gosto. Gosto de me refugiar em vales, florestas, lagos mágicos, reinos distantes e bosques encantados. Mas também gosto de sentir a dor da realidade, explorar as violências, mergulhar nas obscuridades da depressão, nadar no medo, patinar nas incertezas, sapatear nos romances onde não há final feliz, beijar o corpo da sensualidade e relacionar-se com o erotismo.

A gente escreve para ser o outro, para frequentar lugares que nunca frequentou, ser quem não pode ser. A gente escreve, porém, para conhecer a nós mesmos, para habitar os lugares que nos rodeiam, ser quem é e intensificar essa identidade. Ou seja, escrever está sempre nesse movimento: do exterior, fora, afastado; e do interior, dentro, perto, íntimo. Acho que é esse segundo extremo que me agrada. Gosto de escrever sobre coisas que me incomodam, ou coisas que me cutucam... em vários cantos do meu corpo.

Para que escrevo? Ora... não sei. Para... para... sentir! Para lembrar quem sou eu. Para lembrar que sou um ser humano, cheio de alegrias, sonhos, desejos e, também, de erros, equívocos, de problemas. Essa segunda finalidade que gosto mais. É difícil, né? Encarar seus dramas, suas questões “cabeludas”. Para isso escrevo. Para enfrentar as tormentas que me constituem. Espere, meu café acabou... Voltei. Isso, sobre fins, sobre términos, sobre o NÃO, sobre o errado, sobre o pecaminoso. Para isso escrevo: para criar a armadura para enfrentar esses lugares escondidos na humanidade – mas questiono: precisa dessa armadura? Sim, leitor, concordo que é uma fase. Se eu retornasse aos meus 14/15 anos, eu estaria falando de colégios, romances e festas de formaturas no ensino médio. Hoje, exploro os relacionamentos, os sentimentos mais puros – para mim, aqueles que mais tememos –, o profano, o obscuro, o psicologismo, o intimismo.

Isso que encontramos em “Âmago”, livro que reúne nove contos que trazem vozes narrativas e personagens que, se por um lado, funcionam como meus cobaias nessas experimentações literárias; por outro, são pessoas como nós (“gente como a gente”)... ou melhor, são partes de mim. Optei por não falar do livro aqui – não quero influenciar na sua experiência de leitor, leitora, com minhas histórias. Pretendia, apenas, expressar o que gosto de escrever e para que escrevo. Pode ser que, futuramente, esses pensamentos, essas ideias, mudem, mas uma coisa vai ficar na eternidade (e finalizo com a última golada de café): a certeza de que:





ESCREVO SOBRE AMOR

POR AMOR

COM AMOR...

Rian Silva



 
 
 

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